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´Bela a Feia´

30 de setembro de 2009 Deixe um comentário

As aparências enganam …

Como a Bety ficaria bonita?

Como a Bety ficaria bonita?

Acompanhei nas últimas semanas alguns capítulos da adaptação brasileira de “Bela a Feia”, exibida diariamente pela Record, no horário das 21h. Em resumo: gostei do que vi, mas o horário de apresentação está completamente equivocado. A história já é bem conhecida e agradou bastante os brasileiros. Aqui, a versão original colombiana esteve por três vezes na tela da RedeTV! (2002, 2003 e 2006) e ainda alguns poucos assistiram a versão mexicana no SBT. Na TV a cabo e no SBT ainda é exibida a série norte-americana ´Ugly Betty´, que foge um pouco mais do texto inicial de Fernando Gaitán, mas mantém a mesma essência. Como toda novela latino-americana (excluindo o Brasil), tem uma protagonista mulher que sofre durante vários meses nas mãos de uma bela vilã até terminar com o bonitão.

A diferença e o que talvez tenha sido responsável pelo sucesso da trama foi o fato da protagonista ser uma pessoa desprovida de beleza e ser obrigada a trabalhar num ambiente (revista de modas) onde as demais mulheres estão dentro dos padrões atuais de moda (magras, altas e com cabelos lisos). A novela se mostrou um retrato do que vivemos hoje com a ditadura da beleza exterior. Mesmo com esse tom crítico, o texto brincava com esses padrões de beleza, colocando as mais belas atrizes como vilãs. Do outro lado, havia o chamado “quartel das feias”, que reunia mulheres com algo fora da padrão, no entanto, eram as ´boazinhas´.

Quem disse que a Gisele Itié é tão bonita assim? Ela?

Quem disse que a Gisele Itié é tão bonita assim? Ela?

Lembro-me que uma das coisas que mais segurava os telespectadores era a expectativa de ver a atriz bonita por fora também. Todos esperavam por essa transformação que aconteceria na hora em que ela tirasse o aparelho, os óculos e fizesse chapinha. No Brasil, todos já sabiam como a Gisele Itié ficaria ao final da novela, mas todos queriam ver como ela ficaria feia. Os divulgadores da novela até exageram em dizer que era preciso mais de uma hora para transformar a protagonista. Calma aí! Estamos falando somente da Gisele Itié!

No Brasil, Bela (Itié) mora na Gamboa, bairro da zona portuária do Rio de Janeiro, que foi muito bem reconstruído no parque Terra Encantada, na Barra da Tijuca. O núcleo cômico vai ganhando espaço no texto tupiniquim, com a barbearia Montezuma e seus funcionários e clientes. Em seu primeiro papel cômico, a atriz Bárbara Borges como Elvira e Laila Zaid como Magdalena se destacam. Outra que também está muito bem na trama e vem ganhando espaço é Simone Spoladore, a Verônica.

Apesar do texto interessante, de um elenco à altura e da boa produção, a Record erra ao colocar a novela pra bater de frente com ´Viver a Vida´. A estratégia é suicida para uma produção que envolve investimentos desse porte. Mesmo se a novela de Manoel Carlos não for bem, dificilmente o público vai migrar para uma outra produção que em tudo lembra uma ´novela das sete´. Enfrentando diretamente o principal produto da rival, ´Bela a Feia´ não consegue sequer chegar perto dos dois dígitos. Definir bem o público principal do programa é algo que a rede paulista parece não fazer. Assim como na trilogia mutante, o público da nova produção é mais jovem e de classes mais baixas, o que não condiz com o horário das 21h. O público que gosta de novela não tem opção no horário dos dois jornais, enquanto o público que quer ver telejornal é obrigado a optar por um ou outro: o original ou a cópia. Lembro que as novelas da Manchete, com produções muito boas e elenco de primeira, sempre fugia do combate direto com as novelas da Globo. Elas iam ao ar no horário do ´Jornal Nacional´ ou após a ´novela das 9´.Com essa estratégia, a Record está jogando fora muito dinheiro, já que dificilmente cairá no gosto do povo e conseguirá aumentar sua audiência – o que significa maior faturamento e anúncios mais caros. Outro ponto é que o próprio ´Jornal da Record´ ao bater de frente com o jornal da Globo também vem perdendo audiência.

Aliás, neste ano a Record parece patinar em estratégias desastradas e impensadas. Se no ano passado, era o SBT que colecionava tiros n´água, mudando os programas de horário a todo instante e perdendo pontos de audiência, agora é a vez da concorrente repetir o feito. Tanto que o SBT, com séries norte-americanas – que custam muito menos que as novelas do RecNov – reconquistar a vice-liderança em horários que antes eram da concorrente. No penúltimo capítulos de ´O Mistério da Ilha´(The Harper´s Island), a emissora da Anhanguera chegou aos dez pontos, contra seis da emissora da Barra Funda.

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´Amor Imenso´

24 de setembro de 2009 Deixe um comentário

Domingo passado, assisti ao último episódio da terceira temporada da série “Big Love”, produzida e apresentada pela HBO. Apesar de não ter grande apelo ao público brasileiro, já que aqui não há tantos mórmons (apesar de eu ser um deles) ou quase não há registro de quem pratique o casamento plural, a série segurou minha atenção em suas três primeiras temporadas.

Bill e suas esposas Margene, Nicki e Barb.

Bill e suas esposas Margene, Nicki e Barb.

Não sou um grande aficcionado por séries, afinal elas funcionam como novelas, que é um gênero que me prende mais, mas o show produzido por Tom Hanks segurou minha atenção ao mostrar um mundo imaginável e muito distante. Quando se fala em poligamia, todo mundo já automaticamente associa a questão com algum tipo de bandalheira. Hoje, a poligamia é praticamente uma unanimidade de algo condenável, seja em grupos religiosos mais tradicionais ou na sociedade como um todo. Ninguém se coloca, como acontece com o telespectador da série, no lugar das pessoas que optam por um estilo de vida tão irreal à nossa época.

Tudo bem que se trata de uma série de ficção e isso fica muito claro nos últimos episódios, mas os conflitos de Bill com suas três esposas e respectivos filhos soam bastante reais e comprovam a máxima que diz: “se já é difícil um relacionamento com uma mulher, imagina com três?”. Além das dificuldades em se administrar uma família numerosa, o protagonista ainda enfrenta a rejeição da sociedade e da igreja, afinal Salt Lake City, capital de Utah, é habitada em sua maioria por SUDs (Santos dos Últimos Dias), que, diferente do que alguns ainda pensam, não só deixaram de praticar a poligamia há mais de cem anos, como abominam tal prática. Por sinal, sempre achei muito engraçado o fato de até hoje as pessoas ainda associarem a imagem de A Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias com a poligamia. Garanto que frequento os bancos da igreja desde os 17 anos, servi como missionário durante mais dois anos, mas jamais conheci um só polígamo pessoalmente.

Por essa razão, a família da série precisa esconder sua prática para não ser confundida com membros de seitas, que sob o manto do casamento plural praticam atrocidades como arranjar casamentos forçados para crianças ou aprisionar seus membros. Esses grupos estão sempre presentes onde deveriam estar: nas colunas policiais.

O cenário do programa cria para a TV um espetáculo cheio de conflitos que tornam a série dinâmica e atrativa para o telespectador, tanto que a série já recebeu e está concorrendo novamente ao Emmy ao Golden Globe (Globo de Ouro). Infelizmente, no Brasil, a série fica restrita a alguns que tem o privilégio de ter a HBO em seus pacotes de TV por assinatura ou têm paciência e banda larga suficiente para fazer o download dos episódios ou mais dinheiro ainda para importar os DVDs que, ontem, encontrei na Fnac por mais de R$ 200. O site do SBT coloca a série em sua programação, mas ela está escondida em algum dia da semana, por volta das 4h. Se alguém conseguir encontrar…

Uma pena que a terceira temporada se resumiu a dez episódios. Agora, é necessário esperar a série reestrear somente em janeiro na América do Norte para um pouco mais tarde chegar à TV brasileira.

A versatilidade de Rodrigo Faro

16 de setembro de 2009 Deixe um comentário

Nestas últimas semanas, tenho me dedicado a assistir e ´estudar´ os diversos formatos de programas de auditório. Tanto através da TV, para os programas nacionais, ou pela internet para conhecer os shows que são apresentados fora do País. Alguém que me chamou muita atenção devido à boa desenvoltura frente ao pouco tempo de experiência na função foi Rodrigo Faro, que está à frente de “O Melhor do Brasil” e do reality show “Ídolos”.

Rodrigo Faro comanda ´O Melhor do Brasil´

Rodrigo Faro comanda ´O Melhor do Brasil´

Apesar de ficar um pouco mais engessado no formato do programa da Freemantle, Faro, em pouco tempo, já deu sua cara ao “Melhor do Brasil”, anteriormente comandado por Márcio Garcia. Na atração de sábado, ele se mostra mais solto e à vontade, principalmente no quadro “Vai Dar Namoro”. Na atração, ele brinca com os participantes, tira onda com o auditório e com ele próprio. Como uma forma maior de atrair os ´ficantes´, o apresentador dança de “Não Se Reprima” até “Melô do Créu”.

Apesar da pouca idade (gostei dessa parte, afinal ele é um ano mais velho que eu) e não muito tempo na função de apresentador, Rodrigo já tem muito tempo de experiência frente às câmeras. Lembro-me inicialmente dele justamente como um dos apresentadores do “ZYB Bom”, que foi exibido em 1988, nas tardes da Band. O programa tinha o slogan: “rede infantil, ano 2000” e era comandado por seis crianças-adolescentes, dentre eles a atriz Samantha Monteiro e os irmãos Aretha e Rafael Vanucci, filhos de Vanusa (risonha e límpída) com Augusto César Vanucci, então diretor artístico da emissora. A ideia era retomar o formato que tinha dado muito certo nos anos 80 das noites globais, com os musicais infantis, como “Pirlimpimpim”, “Pluct Plact Zoom”, “Casa de Brinquedos” ou “A Arca de Noé”. Na atração, Faro além de apresentar desenhos e atuar em esquetes também cantava.

Seguindo a carreira de cantor, felizmente terminada rapidamente, Faro também integrou a segunda formação do grupo Dominó. Mais uma vez, ele mostrava sua versatilidade, cantando e dançando as coreografias da ´boy band´ brasileira. Após isso, ainda lembro da apresentação de programas adolescentes na própria decadente Record da década de 90, como o “Zap”, até sua chegada às novelas.

O começo não foi muito animador. Nem eu mesmo lembrava de sua participação em “Antonio Alves, o taxista”, fracasso do SBT em parceria com uma TV argentina. Mas, o ator foi numa crescente, provou seu talento, chegando ao horário nobre da Globo em “Suave Veneno” e em “América”.

Rodrigo Faro foi integrante do grupo Dominó

Rodrigo Faro foi integrante do grupo Dominó

O faro dos diretores da Record parece ter funcionado bem no ano passado, quando tiveram de arranjar um substituto para Márcio Garcia, que voltava para a Globo. A escolha do então ator para comandar uma atração de auditório para um público menos envelhecido e menos tradicional que o do domingo surgiu efeito rápido. Vale lembrar que ele continuou fazendo participações em novelas e está na segunda temporada da apresentação do “Ídolos”. Menos de um ano depois de sua escolha, a Record sabiamente assegurou o artista em seu elenco até 2017, evitando assim o assédio das concorrentes, principalmente do SBT, por onde Rodrigo já passou em diversas oportunidades.

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