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O jornalismo pífio do SBT

3 de agosto de 2009 Deixe um comentário

Cabrini de volta ao SBT

Record e SBT brigam ponto a ponto pela vice-liderança da audiência, mas quando se trata do jornalismo, a emissora da Barra Funda está cada vez mais próxima da Globo. Já, o SBT, que nunca teve força nesse segmento, continua com um produto fraco, tendo apenas alguns rostos conhecidos do público à frente das bancadas.

Roberto Cabrini retorna ao SBT

Roberto Cabrini retorna ao SBT

A contratação de Roberto Cabrini, que já passou pela emissora, pode ser um aceno de que a emissora de Sílvio Santos pode voltar a investir nessa área. No entanto, a assinatura do contrato do jornalista parece, a princípio, apenas uma manobra semelhante à executada com Roberto Justus e Eliana. A Record assinou com Ana Paula Padrão, que era do SBT, e agora a rede da Anhanguera dá o troco, quebrando o contrato de Cabrini, que produzia matérias e apresentava o “Repórter Record”.

Hoje, o “SBT Brasil”, comandado por Carlos Nascimento, tem um desempenho pífio, chegando a ficar atrás do “RedeTV! News”, que é apresentado no mesmo horário. O “Jornal do SBT”, que entra no ar mais tarde, melhora um pouco no share da audiência, mas tem os mesmos problemas da outra atração. Apesar de ter um bom jornalista na leitura das notícias, já conhecido do público, a produção ainda deixa muito a desejar. O ritmo é fraco e as matérias são superficiais. Assistindo ao “Jornal Nacional” ou ao “Jornal da Record”, percebe-se a fragilidade do jornalismo do SBT. Até mesmo a Band tem muito mais tradição e credibilidade nessa área. Globo e Record possuem equipes maiores, bons editores e bons jornalistas. Para montar um jornalismo forte, a Record copiou o que a líder já fazia, quando não levou os profissionais da concorrente.

SBT Brasil consegue ficar atrás da RedeTV!

SBT Brasil consegue ficar atrás da RedeTV!

Já, o SBT se preocupa mais com a parte estética de seus telejornais, apostando em rostos conhecidos e com credibilidade. Há poucas semanas, a emissora também anunciou que prepara novos cenários, mas em matéria de conteúdo não mostrou nada de novo.

Roberto Cabrini é um ótimo jornalista, principalmente quando sai à rua e exerce a função de repórter. Na Globo, ele teve uma boa experiência como correspondente internacional, cobrindo a Fórmula 1 e produzindo matérias investigativas. Na Band, comandou o “Jornal da Noite”, mas a falta de estrutura da emissora do Morumbi visivelmente prejudicou seu trabalho. O mesmo pode acontecer no SBT, caso a rede não melhore a estrutura do seu departamento de jornalismo.

Carlos Nascimento também teve longos anos aprendendo na Globo. Depois, passou por Record, Cultura, voltou pra Globo, Band e agora é o âncora do SBT. Apesar de ser um profissional respeitado, a qualidade do jornal deixa a desejar.

Historicamente, o SBT teve poucos momentos em que conseguiu produzir bons telejornais. O canal que tem a cara do extinto “Aqui Agora” deu espaço a Bóris Casoy no final da década de 80. Casoy foi o primeiro âncora do País e, durante vários anos, deu credibilidade ao jornalismo da emissora, até ser contratado pela Record. Depois de muitos anos sem sequer ter um departamento de jornalismo, a emissora apostou em Ana Paula Padrão. Ela ficou no ar por alguns meses, foi trocada de horário, não decolou e acabou esquecida na produção do “SBT Realidade” que entrava semanalmente, por volta da meia-noite.

Agora, com a contratação de Roberto Cabrini, pode ser que a emissora de Sílvio Santos tente mais um voo na área de jornalismo. A história não é favorável. Mesmo com o advento do controle remoto, programas jornalísticos são pautados pela tradição. A Globo é líder nesse setor porque investe ininterruptamente há muitos anos. O “Jornal Nacional” é referência porque está há quase 40 anos praticamente no mesmo horário, com poucas mudanças nos apresentadores e na equipe.

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