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Que escolha tenho eu?

O monopólio da assinatura

No início dos anos 90, pudemos finalmente comemorar a chegada da TV por assinatura ao País. Até que enfim, era possível assistir canais como “CNN”, “Espn” e “Cartoon Network” e outras poucas opções que tínhamos além do VHF e UHF ou parabólica banda C. O início se deu com o Canal +, em alguns bairros da zona Sul paulistana. Depois, em seu lugar, nasceu a TVA, do grupo Abril, e seu terrível sinal MMDS. Para quem morava na região da avenida Paulista, alguns canais chiavam mais que os antigos canais abertos. Um pouco mais tarde, chegou o sistema de cabos com a NET e o MultiCanal até a TVA também executar sua rede.

skavurzkaA NET, da Globo Participações, foi se mostrando a única alternativa sólida. Até mesmo quando as coisas não estavam bem na empresa, ela conseguiu um empréstimo milionário do BNDES e expandiu seu império. Incorporou a MultiCanal e tudo que ia aparecendo pela frente, até mais recentemente a rede Vivax (Grande ABC e interior). As poucas opções foram desaparecendo. O coronel russo das propagandas da operadora não poderia ser melhor. Afinal, remetem ao socialismo soviético onde não havia livre concorrência e o Estado era o responsável por todos os serviços públicos.

Em regiões onde era cabeada, TVA era uma opção ao serviço NET

Em regiões onde era cabeada, TVA era uma opção ao serviço NET

A TVA ainda existe, mas o Grupo Abril acabou passando parte do controle para o grupo Telefònica, que é visto sempre com um pé atrás pelos consumidores paulistas, principalmente os que já tiveram a infelicidade de assinar o serviço Speedy.

Hoje, a única real concorrente é a Sky, que também tem como proprietária a mesma Globo Participações. Em virtude de uma fusão global, a DirecTV, que também um dia já foi da Abril, foi engolida pela Sky. Quem perdeu com todo esse apetite do grupo foi o telespectador, que hoje tem como única escolha qual pacote de programação vai querer e poder pagar. Ainda resta escolher se quer satélite ou cabo. Em meu caso particular, o prédio em que moro é antigo o suficiente para não suportar o cabeamento do sistema por satélite, então nem essa opção eu tenho.

Aliás, há algumas opções regionais à NET, mas com pouquíssima representatividade. No satélite, Telefònica TV Digital e Via Embratel correm o risco de seguir o caminho da TecSat e deixar de operar. Talvez, a Nossa TV se viabilize por se dedicar a um público mais segmentado, embora com um quadro irrisório de assinantes ainda.

Será que o Speed vence a corrida final?

Será que o Speed vence a corrida final?

Não ter opção me lembra da época em que existia a Telesp e você demorava anos para ter um telefone instalado em sua casa. E era o que tinha. Reclamar? Trocar de prestadora? Sem chance. É o que senti ontem quando assistia empolgado na HBO o filme “Speed Racer”. Já era por volta da meia-noite e o enredo entrava em seus momentos finais. Era chegada a hora da grande corrida. E, de repente, fiquei sem sinal da NET. Em questão de segundos, eu estava sem telefone, internet e sem a possibilidade de terminar de assistir o filme que tinha escolhido pra ver ou mesmo assistir qualquer outra coisa na TV. E qual a opção que me restou? Nenhuma. Fui dormir e, felizmente, quando acordei tudo estava funcionando de novo. Mas o filme, vou ter de esperar por uma nova exibição.

Quando existiam pelo menos duas opções de assinaturas, podíamos saborear canais diferentes, de acordo com nossos interesses, com pacotes diferenciados também. Eu não precisava passar pelos sete canais, pra mim, praticamente inúteis do Telecine para chegar ao que interessava, que era a HBO e muito menos pagar por eles. Ainda haviam canais, como CBS Telenotícias, CMT, Superstation e ESPN Brasil, que eram exclusivos da TVA e competiam com GNT, Multishow, SporTV e Globo News. Mas devido ao quase monopólio da NET, os canais que ficavam de fora de sua grade, não se viabilizavam economicamente. Casos mais recentes, como o Fiz e Ideal, tiveram o mesmo triste fim.

As operadoras de TV por assinatura necessitam de grande investimento inicial, principalmente na opção de cabo. Hoje, abrir o capital a investidores estrangeiros soa melhor do que aplicar o monopólio. Foi o que aconteceu na telefonia e pode muito bem se repetir nesse outro serviço. Se isso acontecer, principalmente o assinante terá muito a ganhar. Cada vez mais pessoas têm acesso aos canais por assinatura, mas ainda a imensa maioria dos brasileiros está restrito ao serviço de TV aberta. Até mesmo se nos compararmos com a Argentina, temos muito a desenvolver e isso só acontecerá se houver uma disputa sadia entre os operadores.

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